terça-feira, 3 de abril de 2012

Desafio Caseiro

Outro dia li um artigo numa revista de fotografia que sugeria tirar fotos dentro da nossa própria casa como forma de exercitarmos o olhar fotográfico. 

Comecei a procurar o que fotografar na minha casa e de cara vi que não ía ser muito fácil. Deixei as idéias evoluindo por um tempo...

Dizem que "tudo" é fotografável e isso sôa muito simples, é só clicar e pronto! Bem típico dos dias de hoje, tudo muito prático e rápido. É a cultura do descartável e do banal, produzindo e moldando o nosso comportamento. Acontece com tudo, por que não com a fotografia?

Todo mundo tem celular com câmera e sai por aí tirando foto à vontade. É super legal! Saem também gritando pelos ares que a câmera do seu celular tem 8 megapixels de resolução como se isso fosse resultar em fotografias magníficas. Aliás, tem-se a idéia de que quem tira a foto é o celular ou a câmera e a não a pessoa. Mas isso é o mesmo que pensar que canetas escrevem poesias e que ter uma Mont Blanc na mão é garantia de produzir uma obra literária.

Certo, mas e daí? 
Tem caneta pra todo lado sendo usada por todo mundo e nem tanto bons escritores assim. É bom que todo mundo saiba escrever e é bom que todo mundo tire fotos. Mas é preciso saber diferenciar as diversas formas de diálogo que as ferramentas nos propõem. Ou seja, devemos saber exatamente o que queremos de uma caneta ou de uma câmera.

E o que esperar desse simples apertar de botões? Que "tudo" fotografável é esse?
Sair por aí tirando foto não torna ninguém fotógrafo, mas com certeza nos estabelece como interlocutores de uma forma de diálogo, contribuindo para o surgimento de uma nova linguagem, uma nova forma de expressar idéias.

Enquanto o escritor expressa-se com palavras, o fotógrafo expressa-se com imagens e nesse processo, caneta, papel, câmera e filme são apenas veículos para mostrar aquilo que se deseja.

Para o fotógrafo a grande questão é a seguinte: O que quero mostrar com a minha fotografia?

Quero fotografar um prato sobre a mesa ou quero fotografar a fome?
Quero fotografar um copo d´água ou a sede?
Um aperto de mãos ou a amizade?
Pessoas se abraçando ou a solidariedade?
Um simples beijo ou a paixão?

Como fotografar o amor, o preconceito e a solidão? Como mostrar através de imagens os nossos sentimentos, necessidades e emoções?

Como fazer com que nossas imagens transmitam exatamente aquilo que queremos? Aqui reside a maior dificuldade da fotografia. Não é simplesmente ter o melhor equipamento e nem a melhor técnica. É preciso algo mais. É preciso olhar, ver, ler as imagens que a nós se apresentam; selecionar e organizar tudo aquilo que é importante e essencial à mensagem que queremos trasnsmitir.


Bom, com relação ao artigo da revista, consegui fazer algumas fotografias e coloquei-as aqui. Tentei fazer algo que instigasse o leitor a descobrir quais são os objetos fotografados. As primeiras fotos são as mais difíceis, as do final nem tanto.


Quem se habilita?


Foto 1



Foto 2



Foto 3



Foto 4



Foto 5



Foto 6



Foto 7






A divindade que há em mim reverencia a divindade que há em você. Namaste

Um comentário:

FABY disse...

LINDAS FOTOS, PRA VARIAR!!!!